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sábado, 15 de agosto de 2009

4O ANOS depois - o sonho não acabou










“enquanto o espírito se revolta
e percorre o seu caminho
para a liberdade”

Jim Morrison.



De onde vêm eles? De onde vem a fantástica “brigada da paz”? quem os liderou para serem os arautos de sonhos tão grandes, tão almejados, mas nunca estabelecidos na terra? Quem os convocou? Quem?

O movimento HIPPIE não foi criado por alguém, não é idéia de alguém em particular (as influencias do movimento são muitas e todas vêm de matizes simbólicas da literatura e do próprio movimento dos ideais libertários, sempre presentes no espírito), não é uma coisa que foi planejada. O movimento Hippie é algo que acontece como uma conspiração...algo como um fluxo de energias que se reorganizam de tempos em tempos contra os espartilhos de uma organização artificiosa, engendrada em grilhões.

A fantástica “brigada da Paz” queria mudar o mundo. Sorrisos estampados nos rostos, a união entre todos, não havia quem não se ajudasse nas cidades, ruas, nas estradas...todos se reconheciam como irmãos. Todos queriam estar juntos, fazer amor, viajar, fumar Maryhuana para expandir a mente, ouvir riffs das guitarras que sempre traduzia cada nota como alusão a liberdade, amor e celebração.

Eles contestaram tudo o que de pior existe numa sociedade:

- As guerras,
- Os preconceitos,
- As regras,
- O modelo de comportamento burguês,
- A repressão no interior das sociedades,
- As crenças impostas,
- A Intolerância e o
- Racismo.

Tudo isso passa a ser contestado, passa-se a sonhar um nono modo de vida para a humanidade: o sonho de viver em PAZ, AMOR e LIBERDADE.

Um novo sonho de sociedade estava em marcha. Porque, quem foi que disse que eu tenho de viver de acordo com o que a sociedade diz? Quem foi que disse que tenho que acreditar somente naquilo que a sociedade prega? Quem foi que disse que esse sistema imposto é o melhor para mim?

O sistema inteiro estava sendo contestado. Esse sistema que prende, castra, cerceia a liberdade de cada um de pensar, de sentir, de viver e de sonhar, de amar.

Havia algo novo no ar (como dizia Raul). Ventos que vêm e sopram valores em mudança. Como que num átimo, o comportamento das pessoas começam a mudar, e o mundo começa a mudar. Ai vem eles e elas, os jovens da Nova Era. Trazem os longos cabelos sob o sol nas asas do vento e cheiro de rosas nas suas longas saias e vestidos. O céu derrama em cada pensamento os seus altos azuis estremecidos. A unidade da UTOPIA penteia cada um dos seus fios, ardentes cabelos cariciosos como símbolos da mudança.

Por alguns anos os HIPPIES vivem os sonhos de um novo mundo (New World). DIONISIO deixa o ostracismo. EROS é libertado de seu exílio. A terra entra na “primavera incrível” (como disse Jim Morrison sobre os anos 60). Um sentimento de liberdade ganha os 4 cantos da terra (quase, pois havia ditaduras e regimes totalitários em muitos lugares). Os HIPPIES viajam por toda a parte. Existem rotas e rotas onde todos percorriam. Eles estavam por toda parte. Fartas cabeleiras, o símbolo da paz, música, liberdade e a mística.


Os verões eram quentes, ardentes como o amor. A noite trazia o aconchego e os sonhos ao redor das fogueiras. Sonhos a crepitar nas fagulhas, eflúvios de humanas esperanças. O amor era possível.

Aqueles anos “extraordinários” ( no dizer de um escritor Hippie) passaram, mas não as suas doces lembranças. Continuamos a sonhar com um mundo de PAZ, AMOR E LIBERDADE. Continuamos a sonhar com um mundo livre, sem fome, sem guerras, sem preconceitos, sem racismo, sem perseguições, sem fundamentalismos, sem fanatismo religioso.

Não sabemos “se” e “quando” a humanidade chegará a viver todos esses sonhos. Mas sabemos que os sonhos sopram onde quer. O embrião cósmico haverá de soprar e germinar uma outra festividade do espírito, pois a cada Era “temos a visitação de energias” da mudança (nos dizer de Jim Morrison sobre os anos 60). Importa que continuemos a sonhar com a UTOPIA que nos leve para outras experiências, para outro modelo de sociedade. Ela modela visões de vida individual e coletiva; ela nos faz seguir em frente, ela é a bússola que nos aponta horizontes ainda não alcançados.

O sonho não acabou.

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