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sábado, 15 de janeiro de 2011

Os desafios da raça humana


Martin Rees - astrônomo britãnico

Podemos enumerar uma sequência um tanto quanto assustadora, mas verossímil.  Dilúvio no Brasil. Terremoto no Haiti. Calor de 9°C no Ártico. Nevasca nos Estados Unidos. Enchente em Buenos Aires. Tempestade na França. Outro terremoto, no Chile. Alteração no eixo terrestre. Tsunamis. Iceberg-monstro descolado da Antártida a errar pelo Atlântico Sul. Terremoto de novo, em Taiwan. E, para completar, migração ecológica em todo o mundo, previsão para acontecer a partir do ano 2040, segundo o cientista britânico James Lovelock.

Para Sir Martin Rees, professor de cosmologia e astrofísica na Universidade Cambridge e, como um dia foi Isaac Newton, presidente da Royal Society (a academia de ciências do Reino Unido), as previsões para a terra não são nada boas, caso as ações dos homens continuem demonstrando irracionalidades, o que pode tornar este o pior dos mundos possíveis, invertendo a frase do filósofos Alemão Gottfried Wilhelm Leibniz, que afirmava vivermos “no melhor dos mundos possíveis”. Segundo Martin Rees “Um único evento de bioterrorismo ou ‘bioerro’ fará 1 milhão de vítimas em 2020". Isso por conta da biotecnologia, cada vez mais avançando. O que fará surgir, lá para 2020, segundo Rees, milhões de sujeitos capazes de cometer uma catástrofe biológica. Rees desconfia da parca consciência da nossa sociedade pós-moderna. Não estamos formando as pessoas para o convívio harmônico entre si e a natureza; estamos formando para serem jogadas na sanha do capitalismo voraz, nada interessado em comunhão, harmonia, afetividade e cooperação, mas unicamente em competir, lucrar a qualquer preço. 

O mundo vive uma extrema desigualdade, e isso desequilibra as possibilidades de equalização entre os que têm e os que nada possuem. “A crescente desigualdade, especialmente entre a elite financeira e o resto, é socialmente corrosiva. O prestígio dos banqueiros deve ser reduzido ao dos corretores de imóveis ou dos vendedores de automóveis”, diz Rees.

Esperar essa mudança de mentalidade a que se refere o cientista é parecer ingênuo, mas reflete um dura verdade.

Apesar de haver quem profetize o fim do mundo para 2012, Rees tem uma previsão mais...distante, digamos, para esse aguardado fim. Mas só daqui a 5 bilhões de anos, que é quando o Sol esgotará sua energia. Isso pode frustrar muitas mentes ingênuas, sempre esperando o fim do mundo: “Como astrônomo, eu sei que o Sol não está nem sequer na metade de sua existência. Levou 4 bilhões de anos para que nós evoluíssemos desde o primeiro sinal de vida. Mas, tendo em vista o que resta de tempo ao Sol, ainda há pelo menos 5 bilhões de anos pela frente para uma evolução 'pós-humana', sobre ou fora da Terra. Os seres humanos não são o ponto culminante da evolução, assim como não o era o primeiro peixe que rastejou para a terra seca".

Assim sendo, temos uma árdua tarefa pela frente, educar as gerações presentes e futuras, tendo em vista não a competição, o consumismo, as disputas, mas a cooperação entre os povos, nações, guiados pela ética, pelo respeito à vida, pela distribuição de renda, pela humildade frente a nossa finitude terrestre. 

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