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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Soberania popular: a democracia que queremos


No Brasil, ao longo de toda a sua história, existe uma mentalidade que quer continuar um tipo de privilegio que emperra todo processo para estabelecer uma democracia real no país. Essa mentalidade, típica das elites, nunca deixou de existir. Por meio de sua força econômica, de suas alianças heteróclitas, suas manobras para manter o privilégios e a total indiferença ao sofrimento dos milhões de esfarrapados, soma-se a um outro elemento que engendra um outro mecanismo para imobilizar qualquer mudança social, ou seja, constrói-se “uma estratégia da resignação”. Ela tem um efeito perverso, na medida que é uma forma de abrandar e frenar qualquer iniciativa de alteração ou ideia de mudança no quadro social e politico. Essa tentativa resulta na desqualificação radical “da força produtora das ideias”, que possibilita que a politica venha a constituir, não o lugar e o espaço da invenção das relações sociais, como deveria ser, mas o espaço ritual de liturgias individualistas do credo liberal conservador.

Felizmente, porem, o cenário mundial (manifestações e a crise de 2008) e mesmo os avanços da educação (mesmo que lento e necessitando de muito investimento), aliado aos avanços tecnológicos têm contribuído para mudanças. A recente vinda do Papa Francisco ao Brasil, diferente dos seus antecessores, que “colocavam a política sob suspeita, alegando a eventual ideologização da fé”, trouxe um novo alento aos jovens e adultos desestimulados. Diz ele que é “uma obrigação para o cristão envolver-se na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade”. Ou seja, a fé não impede que cada um seja cidadão. A politica, como tem sido feito ao longo do tempo, principalmente no Brasil, é coisa de uns poucos entendidos, responsáveis por guiar nossos destinos. Ora, isso só serviu para continuação de um ciclo de desigualdades sociais ao longo dos tempos, além da despolitização e na descrença nos representantes, que legislam muita mais em seus interesses do que do povo, corrói e mina quaisquer avanços no sentido de uma democracia real.  

Rousseau já havia creditado à politica o papel da soberania popular. Só a soberania popular é soberania absoluta, perfeita e legitima. É na participação de todos que se assenta a verdadeira liberdade. Deixar que decidam por nós é “renunciar à liberdade” é “renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres” diz Rousseau.  

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