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domingo, 15 de abril de 2012

Água - o mercado do futuro




Em 2000 foi realizado Segundo Fórum Mundial da Água. Naquela reunião, a água passou a ser, não mais um “direito inalienável”, mas uma “necessidade humana”.

Esta afirmação leva a justificar, do ponto de vista dos limites à substituição de uma postura mercantilista dos recursos hídricos,  o processo em curso de desregulamentação e privatização deste recurso natural.

 A água e o ar são bens comuns à humanidade, cuja exploração e lucro foram privatizados, mas o ônus causado pela degradação desses recursos é comunitário.

A Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou, em julho de 2010, a proposta apresentada pela Bolívia, e apoiada por outros 33 Estados, de declarar o acesso à água potável como um direito humano. De fato, o  acesso à água é um direito que os governos devem garantir aos seus cidadãos. Então, mantendo descentralizado, o controle independente é um requisito essencial, necessitando de mecanismos de governança reforçados. É também crucial para a prevenção de conflitos no momento em que a tensão sobre este recurso vital está aumentando em todo o mundo.

 É certo que vivemos uma estreiteza de visão de nós e de nossa relação com os demais e com as diferentes formas de vida que nos fazem companhia neste planeta azul. E isso tem sido a principal causa do desequilíbrio que assistimos em nosso tempo.

Consoante estatística da ONU, presentemente carecem de acesso a água potável mais de 1 bilhão de pessoas distribuídas em regiões e países acometidos do problema de escassez de água, motivada por lençóis freáticos que secaram, insuficiência de precipitações, contaminação, desertificação, etc, como é o caso da China, Oriente Médio, México, África do Norte, Califórnia, Cingapura e outros. Até 2025 – segundo a ONU – devido ao crescimento populacional a disponibilidade das provisões dessas pessoas constitui uma agravante na solução do problema, mormente quando ainda se discute a viabilidade econômica de um projeto sobre a maciça exportação de água, que exigiria elevados investimentos na construção de supernavios – tanques, aquedutos, túneis, canais especiais e outras estruturas próprias.

Como se percebe, é preciso aumentar o grau de consciência das pessoas, para que tenham uma percepção de seu papel na vida conjunta e de si mesmo, o que demanda um permanente grau de organização interna. Como fazer isso? Como fazer com que esse complexo papel da orientação individual adquira consciência para a inter-subjetividade, se os indivíduos não superaram a alienação?



Helder Modesto - Filósofo, escritor e professor

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