Vem
Vem Crescendo a xenofobia e o racismo na Itália, expandindo-se pelo continente
europeu. Os dois maiores lideres dessa “neopolitica” (despolitização),
expressão do Filósofo francês Pierre Musso - Berlusconi e Sarcozy – são frutos
do fortalecimento da extrema-direita, ultradireita, antiimigrante, xenófoba,
racista, fruto do enfraquecimento das políticas de bem-estar social, do
encolhimento do espaço público e das lutas pela igualdade, minguados pela sanha
do capitalismo. Já não há mais – ao que parece, utopias a orientar os rumos das
sociedades tomadas pelo poder hegemônico do capital. Todos – em todos em
cantos, são chamados (e forçados, já que hegemônico) a rezar o "evangelho
do mercado", enquanto o que restou da política – aliada à religião, coproduziram
"uma mercantilização do direito que abre caminho até para negociar os
direitos fundamentais”, conquistados a duras penas nos últimos dois séculos e
meio.
O que prometia igualdade, liberdade e proteção
– aspiração da modernidade -, vira pesadelo diante da privatização, do desmonte
das conquistas, enquanto o mundo globalizado cria enormes desigualdades,
paraísos e infernos.
É
com esses espectros que a velha Europa vem se deparando em meio às incertezas
que rondam o mundo civilizado(?). Para piorar a situação, a extrema direita
estadunidense aparece com os mesmos matizes encontrados no nimbo de muitos
países europeus, mas com conexão direta com o super patriotismo homicida.
No
Brasil, por outro lado, vimos emergir um miasma de pântanos sombrios, insuflado
por uma direita raivosa, por uma mídia assentada na sanha do capital, sempre a
serviço da classe dominante. Abriram-se as portas da inculturação, do sombrio,
numa perspectiva de assanhar antigos conteúdos identitários pré-tempos
coloniais, onde o poderio das oligarquias se empantufava de riqueza a custa do
sangue das minorias. Não esquecendo esse atavismo que a classe dominante não
ousa recuar, o próximo encontro está sempre prestes a acontecer, basta o
momento propicio para isso. “Não tarda nem falha”. Foi o que aconteceu:
dominantes e dominados mediram forças nessa fatídica eleições 2010, quando o
povo resolveu desmascarar de vez os senhores das Senzalas. O rei ficou nu. Se o
resultado demonstrou a vitoria do povo, a classe dominante limou as garras e
soltou suas feras infernais: xenofobia, preconceito e raiva. Mostrou-se o mundo
das hegemonias sobre as dominações, do estranhamento do outro pela
marginalização radical e do perigo do universo mediático da troca da verdade pela
indução de seus simulacros.
Com
as bênçãos da Opus Dei, centenas Serristas abraçaram o pontificado dessa
corrente sombria e obscura, arquitetada pelo que de mais reacionário e medieval
existe nesses porões frios da indiferença, destilando pela internet o mais corrosivo dos venenos: o
ódio.
As
sombras de nossa ancestralidade não foram iluminadas pelas luzes da
razão(Kant). Arquétipos sombrios de um passado primitivo não nos abandonou. Um
longa jornada, das arvores às cavernas, das cavernas ao ar gelado do Ar
Condicionado. Quase nada mudou, exceto as indumentárias.