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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A liberdade em Hegel


É lugar comum se falar de liberdade, que estamos numa democracia, que as liberdades devem ser respeitadas, que todos têm o direito de ir e vir. Enfim, a liberdade foi um dos temas mais propagados pela grande mídia comercial nas eleições de 2010. Mas a liberdade que defende a Grande Midia Comercial não inclui as principais questões que legitimam a verdadeira liberdade, a saber, as condições sociais "necessárias para que uma vida livre possa ganhar realidade". 

Hegel apontou as condições das desigualdades sociais como responsáveis por fazer naufragar essa aspiração livre. Para Hegel, “não é possível ser livre sendo miserável”.

É mais comum ainda é a parolagem sobre o conceito liberal da democracia como sendo o regime da “lei” e da “ordem” quando isso não garante nem a democracia e nem a liberdade. Por quê? Porque isso “permitia a Hegel lembrar que a defesa da liberdade não passava pela crença liberal da redução do Estado a simples ator responsável pela segurança pessoal, assim como pela garantia das propriedades e contratos. Ao contrário, era necessário um ator social capaz de limitar as tendências paradoxais das sociedades civis de livre mercado, quebrando o puro interesse dos particulares”.

Nesse caso, é importante lembrar a hierarquia do psicólogo Abraham Harold Maslow. Para ele, as pessoas só se fixam em certos objetivos pessoais depois que outros mais importantes já foram resolvidos. Insegurança física, desemprego e condições precárias de vida vêm antes mesmo da educação. Sem que essas condições sejam atendidas, pouquíssimos darão atenção ao ensino e serão livres.

A liberdade, portanto, só se afirma quando os provimentos para assegurar as relações sociais sob a forma de bem comum estão garantidos pelo Estado. Por isso que a “Liberdade não é apenas um modo de relação a si, mas também um modo de relação social. Por isto, aqueles para quem o Estado é uma espécie de monstro a limitar as nossas possibilidades de autorrealização talvez não saibam o que dizem”.

O Estado, portanto, passa a garantir a liberdade quando assegura os pressupostos indispensáveis a sua consecução, a saber, a justiça social, o acesso a todos aos bens necessários à cidadania e ao bem-estar de todos os indivíduos.

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