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quinta-feira, 23 de maio de 2013

A mídia como mediadora do espaço público



É sintomático a falta de discussão séria sobre o Brasil. A mídia, até alguns anos atrás, era muito elogiada pela qualidade de suas matérias, pelo alto nível das discussões debatidas, além da constante participação dos grandes intelectuais nessas questões, seja politica, educacional e artística. Passado algum tempo, porém, a mídia foi abandonando seu papel mediador de evidenciar as linhas de força que se esboçam nas transformações da atualidade e num Brasil que ainda mantém as marcas de seu passado colonial, onde instituições políticas incorporaram elementos patrimonialistas e cartorialistas da estrutura burocrática do Estado português.

O que caracteriza essa perda e esse abandono das discussões e das ideias, tão fortemente travadas em tempos atrás? Quais os motivos que levaram ao desaparecimento de suas inserções no espaço público, herdados dos ideários republicanos iluminista, responsável pelos grandes avanços dos verdadeiros valores humanos? Não resta dúvida que, ao abandonar seu papel mediador  da formação da complexidade social e histórica, além desse efeito substantivo direto, entrou em retrocesso. Agora, mais preocupada em defender interesses de grupos ou partidos, vem ocupando seu espaço com outras questões de cunho neoliberal e privatista.

Em decorrência dessas mudanças sofridas na forma de pautar as noticias e as discussões públicas, que obedecem agora muito mais aos interesses de determinados grupos, em contraste com as próprias mudanças que ocorrem com os avanços tecnológicos, que surgem como facilitadores de comunicação, da inclusão de grupos antes marginalizados, fora do exercício da democracia, alargando a capacidades de transformações, o suporte estável da comunicação, tão importante para fortalecer a democracia, ou seja, a noção de coletividade que só dá à coisa pública uma conotação política, sem os principais meios mediadores que fazem a troca de opiniões, descentralização e democratização das instancias públicas, minam a capacidade de gerar um debate crítico na esfera pública, vinculando a submissão da esfera pública a interesses privados e/ou de grupos, encobrindo e manipulando fatos da realidade social, historicamente marcada pela divisão de classes.






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