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terça-feira, 30 de outubro de 2012

A favelização




Para Mike Davis, um dos pesquisadores mais respeitado no mundo, autor do livro "Planeta Favela" (2006), mostra uma minuciosa pesquisa sobre a favelização em todo o mundo. A história mostra que a humanidade sempre se organizou em torno de grupos que dominam, que se apropriam das riquezas da terra, dos seus recursos, enquanto o restante fica a margem, padecendo dos sofrimentos causados pela ganância dos poderosos.

Com a implementação do neoliberalismo que se iniciou nos anos 80 a marcha da exclusão ganharia proporções maiores. Aqueles que já não têm acesso à saúde, educação e moradia, dada a sua exclusão pelos mais fortes, passam a ficarem cada vez mais vitima do sistema que se reforça, privatizando todos os meios de proteção e de conquistas de direitos.

A exclusão está visivelmente escancarada pela favelização que ocorre em todo o mundo. Segundo Mike Davis 78,2% das populações dos países pobres é de favelados. Atualmente, mais de um bilhão de pessoas vive em favelas.

Expropriados de fazerem parte dos que têm o poder e a força, milhões de crianças são exploradas, escravizadas, lançadas a toda sorte de perversidade.

Se, realmente, vivemos numa época de perplexidades, com a divisão internacional do trabalho e com a fragmentação do processo produtivo por todo o planeta, parte da humanidade se apropria das riquezas e exclui milhões, enquanto a ONU prevê fortíssimo crescimento urbano até 2030, onde 80% da população viverão em cidades.

Se não houver políticas públicas como prioridade para reduzir essas imensas diferenças, as desigualdades, segregação e pobreza numa dialética da exclusão/inclusão nos frios mecanismos do mercado e da democracia formal, mostrando como a cidade capitalista mantém suas contradições, esse foço continuará crescendo.

É nesse cenário que se destaca a questão da alteridade no enfrentamento do Outro, em seu sentido ampliado, como o não familiar, o estranho e o estrangeiro. Nesse sentido, a desigualdade socioeconômica – também cultural e política – determina quem é outro, utilizando- se de argumentos racistas e xenófobos (Véras, 2001).



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