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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Jim Morrison - determinação categorial




Jim Morrison é uma daquelas personalidades que trazem em suas vidas o estandarte da liberdade. Ao fazer de seus atos uma “afirmação” da própria existência, não compactua com a mediocridade do Laissez-faire fast-food do seu e do nosso tempo.

Sua sensibilidade não era a de um roqueiro ‘junkie’, mas a de um poeta romântico, ávido por horizontes livres, sonhador de um mundo ainda por se fazer, um não-lugar, “um mundo que inventamos; um mundo sem limites”, dizia ele, sem peias, sem guerra, sem fome, sem autoritarismos, sem os entraves do pensamento contaminado pela intersecção temporal onde tudo aquilo que é implica potências que dele poderiam fazer algo diferente.

A mística, a arte, o pensamento e a cultua seriam o alimento do espirito. Sua preocupação maior não era com os caminhos harmônicos da canção de amor, típica da sua geração, mas com o sentido da vida. À maneira da filosofia foucaultiana, conjurava as pessoas a se perguntarem “o que estamos fazendo de nós mesmo?”. 

Se o mundo já tinha como signos os garotos bons, os Beatles, e os garotos maus, os Stones, mas ainda não havia nenhum ser tão misterioso, tão enigmático, tão provocador e de comportamento tão imprevisível e inconsequente, de cultura tão vasta e penetrante que o colocaria à parte dos bons e dos maus. 

Pela primeira vez no início da era dos grandes ídolos havia, enfim, um homem real. Dono de um conhecimento tão vasto e penetrante, fazia dele um “estranho” solitário em meio a arena dos grandes concertos e ídolos da música pop. Mas ele não estava na arena para entretenimento e pelo showbiz, estava ali para um “cerimonial de penetração psíquico-filosófico, “provocar” para fazer “acordar”, para levar às questões propostas pela Esfinge, presente em todos os tempos, mas esquecidas pelo modo alienante das sociedades de massa: Quem sou? De onde venho? Para onde vou?). 

Pela pergunta a respeito de quem somos nós, resguardando, assim, o enigma de uma existência que não se deixa capturar pela determinação categorial dos esquemas enraizados nas convenções sociais. Antes, porém, servir-se de um outro suporte atemporal, infinito, para as mudanças de atitudes e de vivências. 

Ensinava que “devemos entrevistarmos a nós mesmos”, pois a entrevista, essa “nova forma de arte” é a “essência da criatividade”. É uma alternativa ética para o presente e permite ao indivíduo estabelecer uma determinada relação consigo, esboçando diferentes pontos de referência contra um poder que nos descaracteriza pelos diversos mecanismos de dessubjetivação.

Um comentário:

  1. Se faz necessário conhecer seus ídolos. Ainda há uma forte imagem idealizada pelas massas do rock in roll, de um outro Jim Morrison. Não desse descrito. Por certo ele bebia em muitas fontes, pois fazia do palco um espaço provocador, como fazia o grande filósofo Sócrates, aos seus discípulos. O palco para Jim Morrison, era como uma Ágora, o grande teatro desafiador aos adormecidos. 'Acordem" dizia ele.

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