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segunda-feira, 27 de julho de 2009

JIM MORRISON - O Guia Para O Labirinto




Bom, aqui só podemos sugerir imagens, como diz o poeta Mallarmé. Estamos diante do simbólico. Ele é condutor de sentido, que é o faz o homem relacionar-se com o ausente.

Não é à toa que o mito do labirinto apresenta um fio. No momento em que imagens se sucedem, o espírito humano não pode recusar um fio que desfaça o problema da sua relação com o outro e com o mundo.

E as pessoas se relacionam, tecem uma trama comum com seus fios, que não são idênticos. "Rousseau sonhava com um meio de comunicação imediato, quase telepático, uma língua que dispensasse a mediação simbólica, que exprimisse diretamente pensamentos e sentimentos" (Lévy, 1998: 36). Sartre dizia “que o que vicia entre as relações entre as pessoas era que cada um conserva, na relação com o outro, alguma coisa de oculto, de secreto (...)a transparência deve substituir o segredo.

O labirinto não é só o fato arquitetônico de uma prisão, é também o deserto possível como um labirinto que nos apresentou Jorge Luiz Borges, e ainda o contra-fato, o labirinto como expressão da liberdade, o perder-se como o encantar-se sem controle perante o mundo.

Como sair dele? Nós já estamos nele. Ele é uma Matrix. Sair da Matrix representa sair da prisão da mente, da ilusão de que a realidade é só isso pelo qual os homens lutam, vivem e morrem. Ela é só um representação, Maya. A realidade se esconde bem próxima, vizinha, mas ela está Other side. Então, é preciso Break on Through (to the Other Side. O outro lado é bem conhecido pelos Xamãs, pelos poetas videntes, misticos em estado alterado. Jim Morrison era um deles. Por isso ele quer mostrar o caminho, quer ser o guia para o labirinto. Quer conduzir para uma outra forma de viver, de ver, de celebrar, se sentir, de amar. É preciso coragem para seguir o guia.

O Poeta/Xamã imita a dançaque se comemorava em Creta, chamada“dança de Teseu”, onde o estado alterado provocará uma mudança súbita na consciência, levando-o a abrir os canais do subconsciente por onde ele verá toda a realidade como é, limpa e infinita.

E nessa dança xamanica o labirinto conduzirá o homem ao interior de si mesmo, ao seu santuário interior. Mas a chegada ao centro do labirinto, como o fim de uma iniciação, introduz o iniciado numa cela invisível, que os artistas do labirinto sempre deixaram em volto em mistérios.


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